A sonda Maven da Nasa começou a orbitar no domingo à noite o planeta Marte, em uma missão científica que pretende entender a modificação no clima do planeta vermelho com o passar do tempo, anunciou a agência espacial americana.
"Com base nos dados observados de navegação, parabéns.
Maven está agora em órbita", anunciou Dave Folta, do centro Goddar de voos
espaciais da Nasa.
Os aplausos foram intensos na sala de controle da missão do
Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), em Pasadena, Califórnia. Maven (Mars
Atmosphere and Volatile Evolution) entrou na órbita de Marte às 23H24 (domingo,
horário de Brasília), segundo o JPL. A entrada aconteceu depois que os motores
da sonda foram acionados durante 30 minutos para conter a velocidade.
A sonda não tripulada de 2,45 toneladas foi lançada em
novembro de 2013 de Cabo Canaveral, Flórida, e viajou durante mais de 10 meses
por 711 milhões de quilômetros para aproximar-se de Marte com o propósito de
estudar todas as camadas de sua atmosfera.
Os dados da Maven ajudarão os cientistas a compreender o que
aconteceu com a água em Marte e o dióxido de carbono de sua atmosfera há
bilhões de anos. Também deve auxiliar na compreensão de como o clima mudou de
quente e úmido para frio e seco.
Como o planeta Marte perdeu sua atmosfera é um dos grandes
mistérios da ciência. As respostas da sonda podem jogar alguma luz sobre a
capacidade do planeta para abrigar vida (mesmo que vida microbiana) há muito
tempo.
Além disso, as descobertas da sonda podem ajudar no
entendimento sobre como os humanos sobreviveriam em uma futura missão no
planeta vermelho, talvez em 2030.
Após várias semanas necessárias para calibrar seus
instrumentos, a Maven iniciará uma missão de um ano para estudar os gases das
camadas superiores da atmosfera de Marte, a 6.000 km da superfície, e como esta
interage com o Sol e os ventos solares. Além disso, fará leituras em níveis
mais próximos ao solo marciano.
Nos últimos anos, a Nasa enviou várias sondas a Marte. O
veículo robotizado Curiosity, por exemplo, está explorando a superfície e envia
dados sobre o local, que já estabeleceram que em um passado remoto existiram
condições para abrigar vida, ao menos microbiana.
"Como primeiro veículo a estudar a alta atmosfera de
Marte, a Maven aumentará claramente nossa compreensão da história da atmosfera
marciana e como o clima mudou durante o tempo, assim como impacto sobre a
evolução do ambiente na superfície e a habitabilidade potencial do
planeta", destacou no domingo o diretor da Nasa, Charles Bolden.
"A Maven também permitirá uma preparação melhor das
futuras missões tripuladas ao planeta vermelho a partir de 2030",
completou.
"O conjunto de instrumentos a bordo da Maven tem o
propósito de encontrar as peças que faltam ao quebra-cabeça da história de
Marte", disse David Mitchell, coordenador do projeto da Nasa.
"Todas as demais missões a Marte até o momento se
concentravam na superfície de Marte", lembrou.O projeto Maven custou 671
milhões de dólares, está dotado de oito instrumentos, incluindo um espectrômetro
de massa para determinar as estruturas moleculares dos gases atmosféricos e o
sensor SWEA (Solar Wind Electron Analyser), que examinará o vento solar.
No fim da semana, uma sonda indiana também entrará na órbita
do planeta vermelho. Será a primeira sonda orbital indiana enviada a Marte para
buscar vestígios de existência de vida.
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