São múltiplas as consequências da intensificação do efeito estufa para a vida na Terra e para o homem e sua sociedade, e em sua vasta maioria, negativas, com repercussões biológicas, sociais, culturais e econômicas de larga escala. As espécies que florescem hoje no mundo dependem de condições climáticas razoavelmente estáveis para sobreviver. A rapidez com que a elevação recente da temperatura média mundial vem ocorrendo impede que as espécies se adaptem a tempo, necessariamente gerando impacto negativo sobre o equilíbrio ecológico, desestruturando as cadeias alimentares, interferindo no balanço químico e energético das comunidades vivas, provocando sua redistribuição geográfica, favorecendo a proliferação de espécies invasivas e de muitas outras formas, fazendo com que numerosas espécies sofram pronunciado declínio populacional ou mesmo cheguem à extinção. Essas interferências podem ser graves ao ponto de causar o colapso irreversível de ecossistemas inteiros, como já foi observado em vários casos. Projeções da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais indicam que um aquecimento mundial acima de 3,5 °C causará um empobrecimento generalizado na biodiversidade terrestre, com uma extinção provável de até 70% de todas as espécies conhecidas. O IPCC indicou que esta é uma possibilidade real, prevista em alguns dos modelos utilizados, embora as projeções mais consensuais apontem para uma elevação de pouco mais de 2 °C até o ano de 2100. Mesmo assim, esta elevação deverá causar efeitos de grande monta em todo o planeta.
Animais mortos por hipóxia no fundo do oceano.
A zona morta do Golfo do México, uma das maiores do mundo.
Os gases atmosféricos estão em constante estado de troca dinâmica com os gases dissolvidos nas águas do mundo. O gás carbônico em particular tem a propriedade da provocar a acidificação da água, e a elevação de sua concentração no ar por consequência direta tem causado o aumento da acidez dos oceanos e outros corpos líquidos. O IPCC calcula que os oceanos absorveram cerca de 30% do gás carbônico emitido pelo homem para a atmosfera, e se acidificaram 26% a mais em relação ao seu estado pré-industrial. Cerca de metade desta acidificação ocorreu nos últimos 40 anos. Da mesma forma que as espécies terrestres precisam de condições estáveis para sua vida, o mesmo se dá no caso das aquáticas, e a acidificação tem gerado uma quantidade de efeitos indesejáveis. Animais que possuem esqueletos e carapaças calcáreos, como os corais, moluscos e esponjas, são os mais profundamente afetados, sofrendo com a dissolução ou enfraquecimento das suas estruturas corporais. Ao mesmo tempo, o aumento da concentração do gás na água automaticamente diminui a quantidade de oxigênio, um gás vital, causando morte por hipóxia (desoxigenação), alterações em seu metabolismo e no seu comportamento, surgimento de doenças e redução no crescimento, entre outros efeitos, que conduzem por fim igualmente ao declínio ou extinção das populações. Esses impactos, somados à grande descarga de poluição de variadas naturezas nos oceanos de todo o mundo, mais a pesca excessiva e predatória, potencializam os efeitos desastrosos. Já existem mais de 400 zonas mortas em vários oceanos, onde a vida não consegue prosperar, devido a uma combinação de impactos produzidos pelo homem.
Por outro lado, a elevação da temperatura atmosférica faz com que a umidade do ar aumente, pois o ar quente tem maior capacidade de reter umidade do que o ar frio, e como o vapor d'água é o mais importante dos gases estufa, maiores concentrações de vapor no ar terão como resultado uma amplificação do efeito estufa. É importante compreender que os sistemas naturais estão todos intimamente inter-relacionados, e mudanças em um elemento inevitavelmente acarretam mudanças em uma série de outros em um efeito de cascata. Muitas delas são imprevisíveis e outras desencadeiam efeitos gigantescos para mudanças aparentemente insignificantes a uma apreciação superficial. O próprio aquecimento global é uma prova disso, pois a elevação de menos de um grau centígrado na média atmosférica desde o fim do século XIX, que para muitos pode parecer desprezível, está provocando o derretimento da maioria dos glaciares do mundo, perturbações climáticas importantes em todo o globo e a extinção de várias espécies, entre muitos outros efeitos.
Fonte: Wikipedia
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