“É o mais próximo que já chegamos de um gêmeo da Terra. Só falta ser
habitável”, disse o astrônomo Jorge Melendez, do Instituto de Astronomia
(IAG) da Universidade de São Paulo, que também trabalha com a busca por
planetas extrassolares.
Apesar de ser rochoso, o Kepler-78b está a apenas 1,5 milhão de
quilômetros de sua estrela-mãe - cem vezes mais próximo do que a Terra
está do Sol -, o que faz com que sua superfície seja extremamente
quente, podendo chegar a “infernais” 2,8 mil °C.
“A possibilidade de vida é zero”, decreta Adriana Válio, presidente
da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e professora do Centro de
Radio Astronomia e Astrofísica Mackenzie.
Para ser um verdadeiro “gêmeo” da Terra, além de ser pequeno e
rochoso, o planeta teria de estar na chamada “zona habitável” - ou seja,
a uma distância da estrela que permitisse haver água líquida em sua
superfície; uma condição básica para o desenvolvimento da vida como a
conhecemos.
A proximidade do Kepler-78b com sua estrela é tão grande que o
planeta completa uma volta em torno dela a cada 8,5 horas, comparado aos
365 dias do período orbital da Terra em torno do Sol.
Descrição
Localizado a 664 anos-luz da Terra, na direção da constelação de
Cygnus, o novo planeta, como indica seu nome, foi detectado com base em
observações do telescópio espacial Kepler, da Nasa.
Sua descoberta foi confirmada em agosto, em um estudo publicado na
revista The Astrophysical Journal, em que seu tamanho era estimado em
1,16 vezes o raio da Terra (apenas 16% maior). Faltava, porém, calcular
sua massa e densidade, para confirmar se era mesmo feito de rocha - algo
que só era possível com novas observações em terra, utilizando
espectrógrafos super sofisticados.
Foi, então, o que fizeram dois outros grupos de pesquisa, cujos
resultados foram publicados ontem pela revista Nature. Eles trabalharam
independentemente, usando equipamentos diferentes, no Havaí e nas Ilhas
Canárias, mas chegaram às mesmas conclusões. Além de calcular a massa,
eles revisaram a medida de tamanho do Kepler-78b, que aumentou para 1,17
a 1,2 vezes o raio da Terra.
Outros exoplanetas pequenos, alguns até menores do que a Terra, já
foram detectados com a ajuda do Kepler, mas suas massas não são
conhecidas (apenas seus raios), o que impede os cientistas de determinar
densidades e composição.
“É provável que eles também sejam rochosos, mas não podemos estar 100% certos até medirmos a massa”, diz Melendez.
O desafio tecnológico de fazer essas medições para planetas muito
pequenos ainda é grande. Detectar e caracterizar um planeta do tamanho
da Terra, à distância que ele está do Sol, por exemplo, seria quase que
impossível com a tecnologias disponíveis.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
fonte: Yahoo
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