A civilização egípcia
se aglutinou em torno de 3 150 a.C. com a unificação política do Alto e Baixo
Egito, sob o primeiro faraó (Narmer), e se desenvolveu ao longo dos três
milênios seguintes. Sua história desenvolveu-se ao longo de três grandes reinos
marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento
artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como
Períodos Intermediários. O Antigo Egito atingiu o seu auge durante o Império
Novo (ca. 1 550–1 070 a.C.), uma era cosmopolita durante a qual, graças às
campanhas militares do faraó Tutmés III, o Egito dominou, uma área que se
estendia desde a Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do rio Nilo, até ao
rio Eufrates, tendo após esta fase entrado em um período de lento declínio. O
Egito foi conquistado por uma sucessão de potências estrangeiras neste período
final. O governo dos faraós terminou oficialmente em 31 a.C., quando o Egito
caiu sob o domínio do Império Romano e se tornou uma província romana, após a derrota
da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio.
O Antigo Egito
atingiu níveis de sofisticação e produtividade relativamente altos na
tecnologia, medicina e matemática. As primeiras manifestações de empirismo
tradicional ocorreram no Egito, como é evidenciado pelos papiros de Edwin Smith
no Ebers (1 600 a.C.), e as raízes do método científico podem também
encontrar-se entre os antigos egípcios.
A notação
matemática era decimal, com base em sinais hieróglifos para cada potência
de dez até um milhão. Cada um desses símbolos poderia ser escrito tantas vezes
quanto necessário para somar o número desejado. Por exemplo, para escrever o
número oitenta e oitocentos, o símbolo de dez ou cem era escrito oito vezes
respectivamente. Por seus métodos de cálculo não poderem lidar com frações com
numerador maior que um, as frações dos antigos egípcios eram escritas como a
soma de várias frações. Por exemplo, a fração 2⁄5 (dois quintos) era
representada pela soma de 1⁄3 (um terço) com 1⁄15 (um quinze avos), o que era
facilitado pela existência de tabelas. Algumas frações comuns, porém, eram
escritas com um hieróglifo especial; existia, por exemplo um hieróglifo para
representar 2⁄3 (dois terços).
A proporção áurea
parece refletir-se em muitas construções egípcias, incluindo as pirâmides, mas
seu uso pode ter sido uma consequência não intencional da prática egípcia de
combinar o uso de cordas com nós com um senso intuitivo de proporção e
harmonia. Os matemáticos egípcios antigos compreendiam os princípios subjacentes
ao teorema de Pitágoras, sabendo, por exemplo, que um triângulo tinha um ângulo
reto oposto à hipotenusa quando seus lados estavam em uma proporção 3-4-5. Eles
eram capazes de estimar a área de um círculo, subtraindo um nono de seu
diâmetro e elevando ao quadrado o resultado, o que é uma aproximação razoável
da fórmula πr 2:
2⁄3 em hieroglifos é
D22
Área ≈ [(8⁄9)D]2 = (256⁄81)r2 ≈ 3.16r2
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